Próteses auditivas X Concursos Públicos

O texto abaixo é de Marcel Pigozzi, implantado e usuário do AASI, relatando o desrespeito que ocorre com usuários de próteses auditivas em concurso e vestibulares.

Por um lado, eu entendo que haja receios de ouvido eletrônico pra cola. Mas, a dependência de quem usa prótese em relação ao ruido ambiente, não pode ser considerada irrelevante nessas horas. Os fiscais deveriam saber verificar o que é um aparelho auditivo e o que é um ponto de recepção de audio!!

Segue o desabafo dele:

Meu nome é Marcel, sou deficiente auditivo bilateral com perda severa para profunda. Nasci com essa deficiência, e desde os 10 meses de idade, sempre usei aparelhos auditivos AASI. Atualmente, faço uso do Implante Coclear no ouvido esquerdo (implantado em abril de 2010) e aparelho AASI no ouvido direito. Estou bastante satisfeito com o implante coclear, pois os resultados foram satisfatórios. Uso ambos aparelhos praticamente o dia todo, apenas os retiro para dormir e tomar banho.

Sou formado em ciência da computação, e atualmente trabalho em SP na área de Segurança de Tecnologia da Informação. Gosto do meu trabalho, no entanto sempre almejamos algo a mais, não é?

Pois bem, no ano passado (2011) decidi iniciar minha jornada em concursos públicos, devido às vagas reservadas para deficientes e aos salários e benefícios atraentes. É uma aventura cansativa, mas está valendo a pena.

Porém venho enfrentando, algumas vezes, situações chatas e lamentáveis pela falta de informação e de preparo das organizadoras das provas. Para quem não conhece o processo de concursos públicos, para concorrer às vagas de deficiência, é exigido o envio de laudo médico, com CID (Classificação Internacional de Doenças) durante o período de inscrições, para que fique comprovada a deficiência. No meu laudo médico, o médico explica a minha deficiência, menciona que sem os aparelhos auditivos perco a referência auditiva e a concentração, e ainda exige que eu faça a prova com os respectivos aparelhos.

No dia da prova, eu sempre apresento uma cópia do laudo médico, com a assinatura do médico e logo do hospital, porém os fiscais e até mesmo o coordenador da prova exigem a retirada dos aparelhos auditivos, AASI e IC, alegando que são transmissores de mensagens, e ainda falam que não há necessidade de usar os respectivos aparelhos durante as provas, pois o ambiente estará silencioso. Além disso, falam que no edital é dito que é proibida a utilização protetores auriculares, interpretando-os como aparelhos auditivos.

De acordo com Wikipedia: “Um protetor auricular, também conhecido como protetor de ouvido ou earplug, é um aparelho de proteção projetado para ser utilizado no canal auditivo externo, protegendo o ouvido de quem o usa de barulhos altos, entrada de água ou vento excessivo”.

Podemos notar que não faz correlação alguma com aparelhos auditivos. Explico isso a eles e enfatizo que não fico sem os aparelhos por muito tempo, pois isso pode provocar desconcentração e falta de referência auditiva.

Mesmo assim, algumas bancas examinadoras exigem a retirada dos aparelhos auditivos, como aconteceu em Brasília pela banca Fundação Universa e em São Paulo, pela banca Cesgranrio. Ficar fazendo uma prova de 4 a 5 horas sem os aparelhos afeta extremamente o desempenho do candidato deficiente.

É uma situação lamentável e injusta, pois você estuda muito, chega na prova preparado e tranquilo, e acontece isso. E você acaba ficando nervoso discutindo com o fiscal, e isso acaba te desconcentrando antes mesmo de começar a prova. Além disso, já enfrentei situação parecida na época dos vestibulares, principalmente na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), onde o próprio reitor da universidade fez questão de ligar para o meu pai e dizer que não era permitido fazer a prova com os aparelhos auditivos. Olha que absurdo! Um reitor de universidade, renomado, me tratando dessa forma. Na época tive que realizar a prova através de mandato de segurança.

Entrei com processo contra a Cesgranrio no ano passado (2011) pelo Ministério Público, e a partir daí algumas bancas, inclusive a Cesgranrio, adicionaram no edital que os candidatos portadores de deficiência auditiva devem manifestar necessidade de realizar as provas com seus aparelhos auditivos, apresentando o laudo médico no dia da prova. É um bom começo, mas ainda há muito o que ser feito, pois a maioria das bancas examinadoras ainda não fazem menção alguma nos seus editais de concursos sobre a possibilidade de realizar a prova com os aparelhos auditivos.

Gostaria de aproveitar este espaço no seu blog, para que os deficientes auditivos que estiverem prestando concursos públicos não deixem de lutar pelos seus direitos! Somos todos iguais, e devemos ser tratados como tal.

Lak, fico à disposição.

Obrigado!

Beijo

Marcel

Nunca prestei concurso, então nem estava a par dessa situação! Que absurdo!!

Beijinhos sonoros,

Lak

29 Resultados

  1. soramires disse:

    Essa situação já deveria estar prevista porque há muitos e muitos anos existem aparelhos auditivos e implantes. Que esses equipamentos sejam desconhecidos pelo público comum vá lá, mas nas palestras de preparação para fiscais isso deveria ser incorporado como informação.
    É justo que diante de vários modelos de próteses auditivas seja exigido um laudo médico atestando a necessidade de usá-los.
    Claro que quem quer fraudar vai inventar suas mutretas mas quem precisa de aparelhos auditivos não pode ser considerardo um fraudador a priori.
    Soube da casos em que ladrões levaram próteses auditivas achando que eram tocadores de música de última geração…e agora os fiscais acharem que são uma espécie de sapatofone auricular é demais. Get Smart minha gente! 😈

  2. Gabriela Souza disse:

    Marcel, já fiz vários concursos e nunca ninguém reclamou do meu IC na cabeça e olha que o meu cabelo estava preso por causa do calor que fazia em algumas provas (o IC fica bem à mostra)… acho que se vc não falasse nada do aparelho eles não encheriam o seu saco… bjos

  3. Gabriela Souza disse:

    tô até estranhando isso… porque já fiz várias provas (perdi a conta de quantas vezes) e ninguém pediu pra eu tirar o IC… 😮
    Obs.: essas provas q fiz foram só no estado do Rio de Janeiro.

    Bjinhos

  4. greize disse:

    Já aconteceu comigo, fiscais mal preparados.Foi um stress desgastante explicar e eu perdendo tempo de prova.
    Agora faço na inscrição o pedido de sala especial.E ta sendo ótimo pq é mais vazio e não tenho mais que ficar explicando nada.Ta sendo mto tranquilo.

  5. Daniel Margotto disse:

    Bom, eu fiz a maioria dos concursos e também vestibulares com meu AASI e meu IC e não tive problema com os fiscais e coordenadores, nem com as demais bancas.

    Enfim, interessante essa história e o surdo foi além de processar contra o CESGRANRIO e então, admito que foi corajoso sim. Porém, os fiscais e coordenadores, ao invés de fazer concurso aqui em Itabuna, me conhecem sim e me deixam em fazer durante a prova. Cada um tem seu caso. 🙂

  6. Marcel Pigozzi disse:

    Gabriela, eu já tentei fazer prova sem avisar os fiscais sobre os aparelhos. Nunca deu certo rsrs.. Aliás, eu acho arriscado, pois há o risco de a prova ser anulada caso o fiscal ver que estou com os aparelhos auditivos durante a prova sem avisá-lo. Tudo pode acontecer.. Melhor não arriscar.

    Greize, ótima dica sua! Enquanto não melhorar isso, vou solicitar sala especial.

    Daniel, pois é .. cada caso é um caso. Por isso que digo que seria melhor as bancas colocarem em seus editais a manifestação do candidato em realizar a prova com os seus aparelhos auditivos. Pois ai iria padronizar o processo, e todos nós iríamos receber tratamento igual e justo.

    Abraço e obrigado!

  7. Rogerio disse:

    Vejo que a questão é regional e às vezes esbarra no despreparo de fiscais e assemelhados. É bom lembrar que os fiscais não caem do céu e – pelo menos é recomendável – recebem treinamento para atuar nas provas e concursos, de forma a solucionar com rapidez os probelmas que forem surgindo. Não me parece razoável ter que discutir para fazer valer o seu direito, até porque o próprio censo demonstra que o Brasil não possui somente meia dúzia de deficientes.
    Vou dar uma estudada na legislação para ver se encontro algo a respeito. A princípio, não vejo o Ministério Público como um canal de solução, já que, apesar de tratar de assuntos de interesse público, não age de forma preventiva.
    Que saco ter que pedir permissão para existir, né? Não permitir o uso de aparelhos de surdez para tentar combater a ação de eventuais fraudadores é um atestado de despreparo e burrice.
    Enfim, estupidez não é considerada deficiência, e aí os caras abusam. Até na UnB.

  8. Diana disse:

    Agora eu puxo a sardinha pro meu lado… Ano passado, no MPU, fizemos uma recomendação pra CESPE, q organizou o concurso do MPU justamente por uma representação neste sentido… De q os candidatos estavam sendo obrigados a tirar as próteses… E fizemos uma recomendação, fazendo alusão a q o IC é fornecido pelo SUS, o exame da orelhinha é gratuito e obrigatório e isto implica no aumento de surdos oralizados, para os quais a assessoria de intérprete de LIBRAS de pouca ou nenhuma serventia será… E q não havia, dentre as opções de acessibilidade permitidas para surdos, a opção de uso de prótese, pelo que, manda o princípio da boa fé, q se presuma q este uso já estaria inerente à inscrição do candidato como deficiente… Se o entendimento das organizadoras não era neste sentido, então recomendamos que esta passe a ser uma das opções de auxílio e de adaptação permitida aos candidatos q se inscreverem como deficientes auditivos… Que bom é ler q isto já está repercutindo e gerando frutos… Me faz feliz, me faz sentir útil… E o caminho é este mesmo… Se alguma outra banca continuar nos desrespeitando, tem q representar no MP mesmo e devagar e sempre, vamos mudando o cenário…

  9. Luna Fortunato disse:

    Experiência pessoal: fiz o ENEM ano passado. Eu avisei aos fiscais e eles me levaram até a coordenação de sei lá o quê. A maioria presente nem sabia do que se tratava um aparelho auditivo, quanto mais a forma que ele tinha. A coordenadora presente disse, então, que eu o utilizasse enquanto a fiscal desse os avisos de praxe e que na hora da prova, o retirasse.

    E eu fiz a prova sem os aparelhos AASI.

    Olha, o que me abençoou na época é que não fazia nem duas semanas que eu tinha começado a usar aparelhos AASI, então eu ainda sentia dores de cabeças pelo barulho da caneta, da água, etc e eu estava acostumada com o silêncio em provas e tal. Mas hoje, eu já não conseguiria fazer a prova sem os aparelhos. Então fico preocupada com essa questão quando vier o ENEM porque sei que vão pedir pra tirar e eles não vão entender que não é porque você não ouve, que você tem ‘paz’ pra fazer a prova.

    Me alonguei demais, mas só pra dizer que essa realidade existe. Eu já a vivi.

  10. Luna Fortunato disse:

    Pergunta: sorry ter feito outro comentário, mas só me ocorreu agora.

    Eu nunca coloquei ‘deficiente’ em nenhum ENEM ou na prova do cefet, porque eu achava que se eu colocasse ‘deficiente auditivo’, me arrumariam uma ínterprete de Libras e eu não precisava de interprete de Libras.

    Se eu colocar que sou deficiente auditiva no ENEM, vão me arrumar necessariamente uma pessoa pra me ajudar na prova em Libras (sendo que não tenho necessidade) ou é simplesmente uma condição que pode me facilitar pra não retirarem meus aparelhos?

  11. Carminda disse:

    Já prestei várias provas p/ concursos públicos tanto usando apenas AASI como usando implante coclear.
    Comigo nunca ocorreu problemas, pois dei uma de “desentendida” e entrei com o meu implante na “cabecinha”, pois o cabelo mais longo, encobre a nossa preciosidade.
    Mas, constantemente sei de situações como essas relatadas pelo Marcel e acho que acaba sendo um grande constrangimento também.
    Em bora se já esteja no edital que é proibido o uso, cáimos na situação de que acabamos não tendo o direito de reclamar, pois em princípio, concordamos com as normas contidas.
    Daí, que caímos naquilo: falta informação, conhecimento e esclarecimento do que seja um implante coclear e mais, a forma como as pessoas lidam com esse “saber! Cabe a cada um de nós, informar, mostrar e só assim, as coisas vão mudando. Abços

  12. Maira disse:

    Ja passei por problemas do tipo e quem me conhece sabe o barraco que faço. A cesgranrio é vergonhosa, tb tenho um processo contra ela.

  13. Maira disse:

    só uma ressalva: os vestibulares da UnB assim como o PAS separa surdos sinalizados e oralizados. Fui a pioneira disso e até hoje se mantém assim.

  14. Deni disse:

    Interessante… Eu nunca fiz qualquer vestibular com a opção de deficiente auditivo e muito menos tirei meu AASI; e não fui incomodada com isso. Como também a única vez que resolvi fazer concurso público, só me inscrevi como DA devido a encheção de saco das pessoas que eu poderia não ser aprovada depois no exame médico e blábláblá… mas a prova fiz tranquilamente com meu AASI. Sempre digo que quando queremos ficar explicando demais, o povo complica!

  15. Diana disse:

    Só acrescentando na discussão… Sobre o q a Luna disse, como estas provas às quais ela se refere não são de concurso, aí acho que fica a critério dela… Mas quando nos referimos a concurso público propriamente dito, se ela não se considera pessoa com deficiência, concorrerá com todos os candidatos de ampla concorrência e não poderá entrar pelas cotas… Sobre receber acessibilidade de intérprete de LIBRAS, eu acho, segundo entendimento meu, que o procedimento mais vantajoso, até porque informa as bancas, instrui sobre a nossa existência, é o seguinte… Se inscreve como pessoa com deficiência auditiva, aí todo concurso exige que você envie via sedex o laudo médico com seu CID e que informe se necessita de alguma assistência especial para a realização da prova… Na hora de mandar a cartinha, é aí q eu deito e rolo… Falo que sou deficiente auditiva, que conforme descrito no laudo médico, tenho surdez mista, moderada a severa bilateral, que faço uso de duas próteses implantáveis, que sou surda oralizada, que não sou bilíngue, que desconheço LIBRAS, que necessito sentar em uma cadeira na frente, próxima do fiscal, que me permita fazer leitura labial, que o fiscal deve falar de frente pra mim, com um volume razoável de voz e articulando bem as palavras e que, como eu não entendo LIBRAS e sou oralizada, não posso ter cerceado o meu direito de uso da prótese, sob pena de não ouvir as instruções orais transmitidas pelos fiscais, a exemplo do tempo restante de prova e que, lembrando mais uma vez, intérprete de LIBRAS não me ajudaria em nada porque eu sou oralizada… E aí, a quem achar que precisa, quem precisar, pede sala especial… Eu só costumo pedir pra sentar na frente, perto do fiscal, que seja falado comigo de maneira clara e articulada e que eu não seja privada do uso da prótese, porque me comunico única e exclusivamente através da língua portuguesa e sem a ajuda da prótese, a comunicação oral fica prejudicada… E aí aproveito pra descrever o tipo de prótese que eu uso, explico que não é ponto eletrônico, que não é microfone, q não é nenhuma forma de fraude, que não me permite comunicação com o ambiente externo, mas q sem ele eu não posso captar as instruções orais do fiscal… Em resumo, trato a banca feito retardado mental, quase desenho, mas faço isto antes da prova… Pq aí, se eles tiverem q empombar, cabe alguma medida antes mesmo do dia da prova, eles não vão me dar susto na hora da prova, como fizeram uma vez… A FCC, num concurso do TRT, a fiscal não pediu não… Ela simplesmente arrancou o meu vibrador ósseo antigo da tiara, metendo a mão por debaixo do meu cabelo… E foi depois disto, q junto com o laudo, eu criei o hábito de mandar uma cartinha pra organizadora, chamando eles de retardado nas entrelinhas e quase desenhando a minha condição, pra eles entenderem q sou deficiente auditiva e oralizada e q intérprete de libras vai me xingar em libras e eu nem vou entender…

  16. E o candidato ainda tem que pensar em tudo isso antes de fazer uma prova? Por causa da uns que fraudam os concursos, os demais têm que pagar a conta, tendo que cumprir uma série de tarefas burcoráticas antes de qualquer prova. É uma tristeza…

  17. Ewerton Luiz disse:

    Também faço concurso e em todos eles está bem claro no edital, de que é expressamente proibido o uso de qualquer equipamento eletrônico.

    Como bem disse o Marcel o candidato poderá perder a prova se estiver usando qualquer equipamento inclusive auditivo, além disso pouco importa se estiver concorrendo na vaga de deficientes ou não, a regra vale para todos.

    Não entendo a celeuma, em todos os concursos sempre tirei minhas próteses, e ao contrário de alguns, minha concentração aumenta muito sem o ruído ambiental, só os meus grilos me acompanham. 🙂

    • Avatar photo laklobato disse:

      Não acho que AASI ou IC seja ‘aparelho eletrônico’. É uma prótese de uma pessoa com deficiência sensorial. As pessoas precisam saber a diferença, né?
      Beijocas

  18. Mariana disse:

    Isso já me aconteceu uma vez, e foi bem parecido com o que houve com Marcel. Disseram que eu podia estar cometendo uma fraude até… e eu ri, sem querer acreditar num absurdo como esse, achando que era tudo mentira. “Tem que tirar, não poderá fazer a prova com esse aparelho” e eu insisti, dizendo que precisava dele, mas ignoravam. Aí pedi a fonte onde tinha dizendo que era proibido fazer a prova com próteses auditivas, segundo eles disseram, né, e eu li… não tinha nada relacionado a aparelho auditivo, nada. Apenas dizendo que era proibido os aparelhos eletrônicos. Dá para acreditar nisso? Eles acham que aparelho auditivo é tipo um ipod? Fiz o maior barraco… todo mundo me olhando como se eu fosse doida sem-noção, e eu parecia mesmo, rindo sem querer acreditar na situação que eu estava. Mesmo o aparelho não ter sido citado no papel, eles insistiram que eu deveria tirar, sempre com “mas não é permitido”. E falaram que eu deveria ter solicitado sala especial. Ai, ai, viu? Eu deveria ter processado também… Isso foi há uns 6 anos. Próxima vez (nunca mais fiz prova a não ser na faculdade, rs), vou pedir sala especial, mas isso tem que ser mudado. Pelo menos, que a gente possa usar os aparelhos apresentando laudo médico, já para comprovar que não há fraude nenhuma.

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